blogo eu?

O lado poético da vida (ou o lado vivo da poesia)

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP

sábado, março 08, 2008

É errando que se faz muita merda

Desesperado um dia
sussurrei declarações

No ouvido de um furacão.


Disse-lhe tudo que queria dizer-te.
Expliquei-lhe o que não pude explicar-te.
Confessei-lhe coisas que nem imaginas.
Dei-lhe uma missão e em seguida seu endereço.
Encarreguei justamente o vento destruidor
Para ser o mensageiro do meu apreço.


Pela cegueira que acomete os desesperados
Pus a natureza em um inútil impasse:
Nela, que só caminha para frente,
Depositei o meu desejo de que o passado regressasse.


Palavras ditas em turbulências parecem ter menos valor,
E não é preciso previsão meteorológica para saber
O que sobrou das palavras que falei no ouvido do furacão.


Maldita tempestade enganadora.


Como um carteiro levou minhas palavras.
Como uma oração levou minha fé.
Como um traidor levou-me às lagrimas.


Só me traíste por que deixei que me traísse.
Manter o orgulho pode ser um mergulho irracional.


Traído por mim.
Subtraído de ti.
Na subtração de si

por si mesmo

não existem resultados positivos.


Maldita natureza inescapável.



Onipotente e onisciente furacão.
Ouviste tudo que lhe disse.
Fizeste com minhas palavras um jogo
Cujas sujas regras fazem guerras.



Desmontastes os sentidos com seus ventos.
Quando do “Me perdoe" e do "Não me esqueça"
Invertestes tanto forma como os sentimentos
Declarando que“A culpa é sua não se esqueça”.


E do meu “eu te amo”,


Meu sincero e desesperado
Arrependido e apressado
tantas vezes represado “eu te amo”


Soprastes fora o amor.


E como o que sobra
não faz sombra
Mas nela mora,
Sobra “eu”solitário na escuridão.
.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial