Sei que há em algum lugar isso que não tem nome,
Mas sei que está lá.
Que não preciso ver pra sabe que está lá.
Que é contra a natureza tentar censurar
Se sente no direito de me condenar
E marca os meus passos ao me afastar.
Faz-me mentir a quem nunca quis enganar.
Que treme as minhas pernas ao me aproximar.
E quando me encoraja é pra ver gaguejar.
Algo que não tem nome, mas sei que está lá.
Que é só uma idéia quieta, tão que ela está
Que não me deixa.
Sei que ainda está lá um pensamento manco
a me entreter.
Suborna minha razão e me faz prometer
Coisas a um coração, que nunca vou querer.
Enxuga-me a vergonha ao fazer esquecer
Uma vida bisonha que nem tem por que.
É mais que vão instinto a satisfazer.
Que logo já extinto não dá pra entender
E que não adianta tentar esconder.
Que não sei de onde vem, que é mais forte que eu.
O vilão derrotado que não se rendeu
E que não desiste.